Dilemavírus

Há dias não publico texto algum neste espaço. Por quê? Porque nada tenho a dizer! Pode ser que este momento dure ou até desapareça. Escrever ficção é mais fácil! Pensar o contemporâneo, o aqui e o agora, foge ao meu conhecimento porque é tudo muito confuso. A informação eletrônica, endeusada como única fonte de conhecimento, reforça o dito popular: o próprio feitiço virou contra o feiticeiro. O feiticeiro não consegue mais me enfeitiçar! Ele consegue sim, me confundir!     

Já passei por um período em “brancas nuvens” pela mesma razão, mas desta vez estou paralisada : estão acontecendo coisas sobre as quais não consigo formular uma reflexão! 

O momento – para mim ao menos – é este:  confundo-me ao refletir sobre certos assuntos que se instalaram de maneira persistente, no Brasil e no Mundo. Não consigo destrinchar entre a verdade e o falso, a verdade e a mentira, portanto não consigo ver qual é a realidade para chegar a uma conclusão. 

Alguns exemplos, apenas assuntos desta semana: 

coronavírus: “não é tão grave quanto divulgam? É ou não uma epidemia?

China: está ganhando bilhões com a queda nas bolsas do mundo? A China é o perigo amarelo ao qual Napoleão já se referia?

Bolsonaro: Está ou não botando o dedo na muito malcomportada Instituição, o Congresso Nacional?  

Feminismo: Uma explosão de bom mocismo, de protagonismos, de eloquência confundindo arte, política e competência com sedução e estupros longínquos e / ou não confirmados. (filme de Polanski- J ‘Accuse!)

Direita ou Esquerda:   Eu, você! Farinha do mesmo saco? 

Fake news :  É verdade? Não? 

Internet: Monstro que nem seus criadores controlam mais?

Rico / Pobre: é por aí mesmo?

Sustentabilidade: mais uma falácia? 

Imprensa:  vem para esclarecer? 

A lista de assuntos em pauta é infinita.  Convivem num mundo que se perdeu no presente e nos fatos acontecendo.  Não sabemos como nos colocar perante eles, qual o nosso lugar? Talvez o mundo futuro apresente a versão factual, assim como os séculos passados foram consubstanciando algumas verdades, séculos depois.  

Já confessei: tenho dúvidas sobre estes itens e tantos outros que me atormentam nesse momento. Negamos o que está acontecendo de “ruim”, de desconforto ao nosso redor e em particular nas nossas vidas. Buscamos certezas absolutas, que sejam simples, fáceis de apreender, para assim continuarmos sentados na preguiça de buscar “uma verdade”, contraditória certamente,  na qual é possível acreditar , mesmo se classificada como politicamente incorreta que – ouso afirmar –  talvez venha a se configurar como a desgraça consolidada do século XXI!