Confessei, nas crônicas anteriores porque vem me faltando inspiração poética. Tento repô-la recortando informações inúteis e dando trato a elas.
Com este pensamento altissonante em mente, expresso, através da escrita, a solução que encontrei – espero temporária – como preencher a ausência do sentido poético da vida; atenho-me a informações sem importância capital para a humanidade.
Assim sendo:
No espaço de um mês, pinçei, entre tantos assuntos, alguns irônicos e, portanto, dignos de nota.
EUA devolvem à Itália carta de Colombo de 1493.”
“Documento que registra descobertas do navegador havia sido roubado de biblioteca em Veneza”.
Acho graça porque este documento já deve ser de conhecimento do universo googleano. Por que o pergaminho original é tão importante na era tecnológica dos séculos por vir?
Em uma manchete garrafal:
“Estátuas sem cabeça, dilema para os museus.”
Indaga-se se a cabeça de Septímio Severo, imperador romano, exposta no museu Ny Carlberg Cliptotek de Copenhague estaria ligada ao torso de bronze do imperador exposto no Metropolitan Museum of Art de Nova York.
Conversa vai, conversa vem, o museu de Copenhague já está achando que a cabeça de Severo, talvez não seja mesmo aquela que se juntaria ao torso em Nova York, enquanto a Turquia alega que a escultura de dois mil anos foi roubada deles – o que bem acredito. Imaginaram o dilema dos museus neste momento em plena guerra entre Rússia e Ucrânia? Quantas cabeças já não foram separadas do corpo, desde que o imperador Septímio imperou de 193 d.C até 211 d.C.?
Estas duas informações, apesar de inúteis, são divertidas e curiosas. Contam fatos verídicos como o roubo em si, mas divertido seria descobrir o nome do ladrão e porque o fez.
Quanto às cabeças, provavelmente também fruto de roubo, decepadas e provavelmente “coladas” em corpos de mármore que nada têm a ver com a história, seria interessante saber se os corpos dissipados foram encontradas entre os escombros da Antiga Grécia se, por exemplo, suas cabeças “guilhotinadas”, – apesar de nascidas em figuras mitológicas gregas- não seriam importantes para os romanos implantá-las em corpos vencedores de suas guerras históricas.
Nada mais fácil do que simbolizar mitos! É só manter ou cortar cabeças conforme o interesse de poucos no momento!