Quem sabe este texto, finalmente, seja uma informação útil aos leitores do meu site bettinalenci.com.br
Encerro esta micro antologia de seis textos sobre uma visão de mundo recortada em jornais que trazem, diariamente, informações que, na minha opinião, são inúteis, algumas divertidas, outras irônicas, e outras assustadoras. São textos escritos a partir do dia que a inspiração poética deixou minha alma.
É possível que – desde que pousei meu olhar sobre o globo terrestre em minha escrivaninha de criança – algo tenha se cimentado em mim.
Este globo era de plástico, suas fronteiras outrora delimitavam as fronteiras coloridas do mundo conhecido que eu tinha que decorar para a prova de história.
Hoje, observo muitas dessas fronteiras: desapareceram do mapa e dividem países em espaços maiores ou menores do que no passado.
Este globo silencioso, em contínua mutação, inclinado sob um suporte de ferro enferrujado, provido de uma mola que o faz girar, ilumina-se com uma pequena luzinha em forma de gota que troco, pois de vez em quando, escurece o mundo!
Nesse momento fugaz, procurei aprofundar-me sobre uma possível razão do porquê da ausência da poesia.
Em voz alta ouvi minha alma desamparada:
“O nosso globo é uma bola que gira depressa demais, come vorazmente o tempo, e é dirigido por pessoas consagradas com o poder, sem a menor consciência que a Terra é um “Ser” vivo finito, onde vivem seres vivos”
(Cruzou esta minha afirmação, a analogia brilhante e inesquecível de Charles Chaplin acusando Hitler de brincar com o globo terrestre sendo girado com seus pés).
O poder tudo pode! Guerras irracionais, povos desenraizados, tráfico humano de gente e órgãos, política da pilhagem encoberta pela corrupção desalmada. Excessos inconscientes entre quem tem muito e a penúria consciente de pobres famintos, em comum, o lixo de ambos, a boiar em águas azuis cristalinas ou valetas mal cheirosas. O povo! ah! pobre povo: covardemente torturado com discursos traidores do dito e não cumprido.
O mundo suspenso; a América Latina, qual o nosso futuro?
Ameaças não faltam, chegam de todos os lados: da direita, da esquerda; dos moderados e democratas, ausente a convicção!
Extremistas, fascismo, populismo, ilusões consagradas para os perdedores e certeza de ganhos para os incentivadores.
Estes são alguns dos tantos tópicos da realidade do nosso mundo, antes e depois de Cristo.
É com a percepção, a verdade e ou realidade, nua e crua do Mundo em Suspensão, Suspenso, Crível, incredível ou Suspeito que a humanidade terá que, renovadamente, aprender a ter esperança de que sua vida está segura de eventuais interferências catastróficas.
O olhar poético para a Natureza que teima em não nos deixar, o Homem que teima em viver, a criança que teima em entender, os velhos que teimam em saber, tudo exemplifica a vontade e a vitalidade de sobreviver enquanto o mundo nos premiar com a vida tendo, como contraponto, a poesia e a leveza que o nosso mundo, sem sombra dúvida, contem!