Hoje, estou com vontade de escrever uma crônica sobre mim mesma e o Outro.
Eu sou nem mais nem menos importante do qualquer outro!
Não sou nem mais nem menos inteligente. Nem mais nem menos gorda. Nem mais nem menos sedutora, nem mais nem menos instruída, nem mais nem menos intolerante, nem mais nem menos velha, nem mais nem menos enganada, nem mais nem menos certa, nem mais nem menos errada, nem mais nem menos má, nem mais nem menos opinativa, nem mais nem menos agressiva, nem mais nem menos bi. Nem mais nem menos deprimida. Nem mais nem menos alegre, nem mais nem menos decepcionada. Nem mais nem menos ignorante, nem mais nem menos irritada (nervosa, impaciente, burra), nem mais nem menos inserida. Nem mais nem menos colonialista (exploradora, conquistadora, mentirosa), nem mais nem menos capitalista. Nem mais nem menos socialista. Nem mais nem menos vaidosa. Nem mais nem menos necessitada de aplauso. Nem mais nem menos desejante de ser lida como escritora de resultado.
E por aí vou ao infinito nas semelhanças com o outro, qualquer um! Contudo… boa parcela da humanidade aprecia mais falar sobre si mesma e a ouvir pouco o que o outro tem – também- a dizer! O mal que nos caracteriza é achar que somos o único da espécie. Um engano grosseiro e… eu… nem mais nem menos única!