Miguel Nicolelis é brasileiro e se encontra entre os vinte cientistas mais considerados da nossa época. Se disso não já não me orgulhasse, assisti, pela primeira vez, uma entrevista na qual ele afirma:
“O Ser Humano é o verdadeiro criador do Universo”, uma máxima que eu acalentava secretamente no piso frio da minha alma indagadora: Deus existe?
Informar ao leitor que ouvi Nicolelis pela primeira vez é importante, pois apesar de saber de sua existência, ocupava-me em encontrar, na filosofia de todos os tempos, a resposta para uma insistente pergunta.
Aceitei e, apaziguado o interrogatório tormentoso mais fulcral da nossa humanidade, concluo que se Deus existe ou não, não cabe a mim convencer ninguém de sua existência!
Para esta dúvida, Nicolelis conta no que ele acredita:
”Todas as explicações geradas sobre a existência lá fora, no UNIVERSO, vieram da nossa mente”!
Nicolelis discursa cientificamente como funciona nossa mente, desfiando minuciosamente as razões de porque chegou a conclusão acima. Para mim, por não ter a menor condição de entender a teoria científica, a conclusão deste aclamado cientista, soa filosófica e isso me basta para continuar em frente.
Com esta introdução explico minha rejeição quanto ao horizonte que a IA descortina para a grande massa de ignorantes sobre a matéria ( nela me incluo) espalhados mundo afora em relação ao fenômeno que vem nos atropelando.
Miguel Nicolelis afirma mais uma vez:
“A IA não é nem inteligente nem artificial. É marketing!”
Esta sua afirmação acalmou meus nervos eletrocutados com as perigosas e plausíveis consequências manipuladas no jogo de uns poucos deuses criadores que, donos absolutos de todos os instrumentos tecnológicos, têm o poder de nos transformar em robôs que não mais se indagarão se Deus existe.
O progressivo desenvolvimento do sistema digital da IA nao é a realidade que tomamos para nós, ou seja, esta que segue o fio condutor histórico que aconteceu com a intervenção exclusiva da criatividade, pulsão e inteligência (ou burrice e bestialidade) humana. Poderia-se dizer que a IA é a virtualidade de uma realidade que não existe, que na velocidade da luz, não nos deixa mais espaço para retroagir.
Podemos nos submeter à tirania tecnológica. Ela é livre, mas não está no lugar do livre arbítrio. Seria de bom senso nos protegermos da contaminação deste vírus que veio para mudar o mundo em “outra coisa”; controlar – nos com os sentidos e emoções, atributos de que apenas nós humanos somos dotados; não perder a noção de que estamos perdendo chão para a máquina,(aliás Aldous Huxley já nos presenteou com tal prognóstico!). Nós somos dotados de vontade própria ao contrário da máquina. Ela plageia nossa inteligência humana!
Não me sinto nada confortável com a perspectiva de ter minhas interpretações refletidas com pensamentos próprios, moldados por uma “voz” na qual não acredito.
Finalizando, com a constatação de Nicolelis:
“A IA é, na realidade, um método de estatísticas para extrair projeções de futuro. A IA não é um oráculo. É um sistema digital que imita e compila o que já foi produzido pela mente humana e sobre ela gera um relatório”.
É um circuito digital!