Venho de um lugar onde não se toca a balalaica.
Todo fim de tarde os acordes cismam com uma história alojada no meu peito.
A brisa sopra sobre um campo amarelo de trigo.
Um barco e um homem chegam deslizando no rio e os acordes me interrogam: por que a balalaica?
É quando a clave de sol toca o som da nostalgia.
Penso que a alma é andarilha como o carteiro que faz chegar as cartas ao seu destino.
Autor: Bettina Lenci
Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.