Hoje é o dia do meu aniversário e reflito sobre o seguinte: receber os parabéns, os votos de felicidade, saúde, alegria e paz, é uma delícia! Nos faz sentir amados, lembrados, reforçam os laços afetivos.
Se o aniversariante não fizer uma festa, uma reuniãozinha, um bolinho para apagar velinhas, cantar os parabéns, organizar um encontro em um bar ou restaurante, ele receberá todos os bons votos pelo seu celular.
No século passado, faziam-se mais festas, reuniam-se os amigos, ano após ano. Um movimento social que cabia na maneira tradicional na qual se vivia. Havia tempo para convidar, havia a obrigatoriedade do retorno escrito à mão de quem viria ou não à comemoração. As pessoas que não eram íntimas, como, por exemplo, o advogado, os funcionários, o médico, enviavam educadamente flores indicando o quanto você era importante para eles, mesmo você sabendo que seu nome e dia de aniversário estava anotado, comercialmente, na agenda deles.
Hoje recebi flores, sem perfume e vitalidade, dispostas em lindos vasos coloridos virtuais, fita e tudo o mais. Até recebi flores que não nascem aqui no nosso país tropical! Chegaram cartões via internet, despersonalizados, ou seja, as frases de felicidade escritas pelo “designer” do cartão, apenas assinado, pelo remetente, em letra Ariel, lembrando os atuais cartões de Natal que perderam o espírito sacro do momento festivo. Virtuais, os cartões felicitando pela passagem do aniversário ou do Natal, não podem mais ser expostos em cima da lareira ou guardados em caixas como lembrança. Somem de nossas vistas no dia seguinte! Nunca mais nos lembraremos quem de nós se lembrou.
Por mais que eu não aprecie as passagens de idade e datas fixas nos calendários, caso as mensagens não chegassem para lembrar que nasci um dia, certamente sentir-me-ia muito desamparada. Agradeço que a comunicação eletrônica existe, caso contrário, com o pouco tempo que todos dispomos para viver emoções e afetos, certamente não receberíamos mais uma única manifestação de parabéns; uma única sinalização de que, naquele dia, estamos festejando datas tradicionais e significativas.
Uso o ganho eletrônico das felicitações para expressar aqui o seguinte: não se escreve mais saudades. A saudade enviada pela web, encurtou, e quem sabe, o sentimento que expressa também. Nos manifestamos com três letras: sds!
Ela deixou de ser aquela saudaaaadessss, longa e doce, aquela coisa boa, translúcida, sem pecado e culpa, sem vestígios de raiva, dor ou mágoa. Simples!
Aquela saudade que faz com que desejemos estar com a pessoa de quem lembramos amar. Aquela pessoa que gostaríamos de ter por perto. Se não todo dia, no dia do nosso aniversário.
Obrigado a todos que me leem nesse dia. Um presente para mim!
Muito lindo e verdadeiro o texto,também acredito na saudade transmitida pelo olhar nos olhos,pelo calor do abraço e pelo coração explodindo de alegria!!!!
Parabéns atrasado pelo seu dia de aniversário.
Gostei de ler o seu artigo, mas já acostumei-me com mensagens virtuais e adoro recebê-las.
Na vida pré-internet não recebia as mensagens de amigos e parentes de moram longe.
Existe a evolução até dos aniversários.
Bjo p vc,
C
Obrigada Carola,
De fato, a linguagem escrita ultrapassou o código morse e volta a linguagem telegráfica como antigamente.
Sentia-me “mais lembrada”nos aniversários.
Um beijo grande com desejo que 020 seja ótimo.
Senão ótimo, bom, mas aprendi a desejar o possível!
lembranças para Roberto e filhos.