Revista Ser Humano – outubro de 1994
Transcrição
Principais problemas
Levar afetividade para dentro das empresas pode ser um discurso muito bonito mas na prática não pega. Isso é o que alegam os menos corajosos. Betina Lenci (foto) não desconsiderou os problemas quando pensou em incluir mais sentimentos no relacionamento com seus funcionários na Translor. Ela enumerou o três principais em sua palestra:
1 – Confundir afetividade com carência afetiva – Não se tratam de coisas iguais. Carência afetiva é a ilusão de que merecemos um bom
sentimento do mundo e por algum tipo de injustiça o mundo nos nega. A afetividade, ao contrário, é o movimento dos sentimentos. Qualquer desenvolvimento exige movimento. Uma empresa deve estimular e criar espaços para as pessoas que desejam mover-se. Os carentes estão estagnados.
2 – Como enfrentar os sentimentos ruins – Ciúme, raiva, inveja, medo intimidam o administrador. Mas os Seres Humanos têm maus sentimentos! Enfrentar e lidar com sentimentos ruins faz parte de qualquer programa de desenvolvimento afetivo no contexto empresarial. Considerar a
afetividade humana é poder acreditar que o movimento dos sentimentos ocorrem mais facilmente se o tratarmos como rio e não como pântano.
3 – Não confundir relações afetivas com concessões incontroláveis — O desenvolvimento da afetividade nas relações internas de uma empresa visam à melhora do funcionário e não tomá-lo vítima infantil do paternalismo. Não tenho em minha experiência nenhum caso de trabalhador que, por ser tratado amorosamente, tenha deixado de exercer seu trabalho com competência ou ultrapassado limites de respeito.”