A busca incansável em transformar pessoas de carne e osso em seres criados como se saídos da fábrica da Coca-Cola dribla o medo da morte?
Como diferenciar o século XVIII do século XXI? A Renascença do mundo informatizado?
Segundo um artigo que acabo de ler, estas perguntas tem uma resposta: nos dentes!
Diferenciamo-nos do passado através dos dentes!
Diferenciamo-nos pelo sorriso simétrico e a boca que fecha no ângulo exato sobre os lábios.
No passado, antes da Revolução Francesa, antes da consciência emergente da existência de povo, as pessoas não eram donos de seus dentes. Eles apodreciam mesmo em boca de reis. Eram arrancados a fórceps. Hoje, só apodrecem na boca dos que são privados da saúde bucal.
Até a pouco, eles amarelavam, as obturações eram visíveis, a gengiva estava fora do lugar, um conjunto nem sempre agradável ao olhar. Era mais importante se a voz emitia agrado aos ouvidos e não baforadas de mau hálito. A condição de saúde da arcada dentária era suficiente para definir a estética do sorriso.
Hoje a imagem em alta definição na tela é a raiz emergente no conceito da estética.
Como todas as raízes de conceitos passados, também a da boca e seus componentes, – os dentes, – mudou!