Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.

Nosso Medo, Nosso Tremor, Nossa Força

Transcrevo trechos de um artigo que acredito contribuirá com um dos sentimentos mais escuros da nossa alma nesse momento acerbado pela pandemia. O artigo é de Simon Critchley para o jornal americano New York Times. 

O artigo  descreve o cenário que cada um de nós pode estar vivendo, e quem sabe, pode vir a aliviar a enorme decisão e responsabilidade de continuar a ficar em casa. Seu conteúdo é filosófico e eu não saberia escrever tão clara e eficazmente quanto o texto do articulista (abaixo). Acredito que abre novos recursos para reflexões que podem nos guiar nesses momentos em que o medo e os pensamentos sobre a nossa finitude emergem em nossas cabeças. 

Dia 10

Passei o dia irritada. Irritada com as notícias do Planalto. Irritada com os três poderes da República. Irritada porque perdi a hora de acordar, provavelmente cansada da solitude, irritada com a bateção de metais de uma obra em frente do prédio, e como se não bastasse irritada com a minha falta de atenção ao cozinhar o arroz. Explico: