Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.

Corvos, hienas e Peter Pan

Dumbo, o elefante, personagem tão querido – fofo dizem hoje – faz a criança chorar saudavelmente quando perde a mãe, mas, em contrapartida, ganha um amigo que o ensina a voar.

Transforma a tragédia – por conta de suas enormes orelhas – em uma façanha sem igual no mundo fantástico da imaginação.

Existe algo mais instrutivo e sensível para uma criança aprender do que transformar uma particularidade física em sucesso? Encontrar amizade em trocas com seres diferentes?

Hoje o desenho do pobre Dumbo é execrado como sendo de conteúdo racista ou ofensivo.  Diz o artigo de jornal: “pode conter representações culturais desatualizadas”. A razão para tal descalabro é que os corvos do desenho animado Dumbo, ”encarnam estereótipos de afro-americanos”.

Meus filhos são da geração anterior a Y, hoje adultos responsáveis e , sobretudo,  tolerantes , mas quando crianças só assistiam a filmes de Walt Disney. Nem por isso deixaram de ter uma cabeça ótima, todos terminaram seus estudos com acesso a conhecimentos e discussões acessórias objetivando tornarem-se cidadãos críticos, com discernimento para  o certo e o não certo.

Os corvos!! esses pássaros de cor preta, presente nos contos de fadas dos irmãos Grimm ou Christian Andersen, pousados ou volteando em planícies geladas da Europa, introduzem no imaginário infantil a representação da morte, a meu ver um conceito sadio para dar à criança um sentido de realidade. Talvez Walt Disney tenha pensado o mesmo.

A Justiça e os Sentimentos

Não somos mais afetados pela decepção. De tanto que já fomos sujeitos a este estado de espírito, aceitamos a decepção como sendo parte normal e intrínseca ao dia a dia. O povo de uma Nação inteira em compasso de espera continua implorando aos céus um milagre como solução para os seus problemas. Renovadamente esperançosos de…

Ibope

Esta crônica é tão antiga quanto a eleição de segundo turno de Dilma para a presidência, mas como não é sobre ela, fica valendo. Hoje, em busca de inspiração, esbarrei neste texto na pasta “Memórias mortas”. À época, as opiniões estavam divididas entre direita e esquerda, eu ignorava o Ibope e fazia minha pesquisa. Quem…

Os Palhaços e os Tontos

Por trás do conteúdo da mensagem, dois filmes merecem uma reflexão: O Coringa e A Odisseia dos Tontos. Não vejo o Coringa como um pobre coitado, louco e abandonado por uma mãe desajustada cuja vida transcorreu infeliz como o filme parece indicar. (Humm!, no filme, fico desconfiada  sobre o relatório surrupiado pelo Coringa do Sanatório…

Telhado de Vidro

Ultimamente venho me perguntando se como cronista perdi minha fértil imaginação, pois não consigo mais “ver” nada que me chame a atenção para escrever. Enquanto pensava sobre o assunto, voltei às aulas de computação. Não do mesmo modo como, completamente ignorante, aprendi a “mexer” no computador a caminho da terceira idade, – à época, era…