Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.
Apesar deste espaço não se posicionar politicamente, estou com certa dificuldade em entender três pontos para os quais é possível que haja explicações simples, coloquiais e inteligíveis…
A primeira reflexão é de resposta subjetiva. A segunda e terceira esperam por explicação e não acusações iradas que crescem como cogumelos alucinógenos em pradaria fértil.
No momento em que o Brasil entra num pico de medo – libertar Lula ou não e, mais precisamente, ser a favor ou contra a revogação da prisão em segunda instância – começam as mais estapafúrdias fake news.
Nos amarelados álbuns de couro, com as fotos deslocadas do lugar onde foram coladas, cheiro de mofo de dezenas de anos que guardou sua história, descobri a foto de uma charrete: eu e a família de férias em algum lugar bucólico. A charrete eternizada, claro, parada no tempo! O cavalo esquálido conduzido por um senhorzinho…
O primeiro sintoma, de verdade, indicativo de que algo indefinido estava sucedendo com a gente é ao perceber que aguardamos o exame de sangue com a mesma expectativa que se aguardava o resultado do vestibular, agora já precisando de pôr os óculos. Na visita clínica, anual, ao médico, uma pessoa na beira dos 50/60 anos,…
Gostaria aqui de enfatizar: o espaço do meu blog intitulado “Reflexões”, não é para avaliar e exercer política. É dedicado a observações que podem envolver prejuízos a pessoas ou a uma nação. Situações que podem gerar consequências para todos nós que vivemos sob o poder de mandatários e políticos, sob o poder da mídia e das transições de hábitos e costumes que ocorrem em qualquer parte do mundo.
Um nome. Ele ressoa na caixa acústica do meu coração. Toca uma música suave como o deslizar da areia na ampulheta do tempo. A serenidade se estabelece no conforto da cadeira de balanço: movimenta-se, para frente seguida de outro para trás e assim até perder a musicalidade desembrulhada ao sabor da lembrança. Altura média, magra,…
A fotografia é para mim a representação da alma da rua, a presença do Homem no mundo, o momento captado num clicar de segundo. Até hoje, ao andar por ai, enquadro a cena na lente escondida em meus olhos. Registro o momento para depois transcrever em texto “a foto” que não tirei de fato. Daí a cronista que me tornei. Meu olhar é de escrita!
Escrever, escrevo desde tempos remotos, mas acreditar que o ato poderia tornar-se uma atividade exercida, não mais como um diletante, nasceu em 2006. Os textos escritos da adolescência até a idade madura versavam sobre a perplexidade do Existir. Textos auto referentes despejando as angústias e dúvidas sobre mim e o mundo em busca de uma identidade.
Nasci em 1945, no ano em que a Segunda Guerra terminou e no dia e mês em que o mundo passou por um momento dramático de transformação.
Pessoas foram e são o principal alvo das minhas lentes. Surpreendem-me o tempo todo mesmo se não as fotografo. Relaciono-me com elas em preto e branco. Foto: Bettina Lenci