Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.

Pau de sebo

  A praça é arborizada. A prefeitura acabou de cercá-la com uma armação de arame verde, dentro do espaço instalou um escorregador, uma balança, barras para fazer alongamento, um trepador para crianças brincar de macaquinho e as vovós aplaudirem e um cavalo de pau para ginastas eventuais. Ou seja, dispôs de maneira bastante prazerosa ocupação…

O Paraíso

  Um caderno quase novo chamou minha atenção dentro da lata de lixo do meu vizinho. Era destes usados nas escolas e que ao final do ano só servem para escrever os recados da casa. Continha várias páginas escritas em letra miúda, fora das linhas, quase ilegível. Li e fui tomada pela singeleza, bizarrice e…

Votos de felicidade

  Só hoje entendi porque os votos de felicidade sempre chegam acompanhados de “muita saúde”!Um dia após completar 69 anos, acordei doída. Refletia, mais uma vez, sobre o tempo que passa. Sente-se, literalmente, no corpo, seus feitos e arrependimentos, dores e juventude. O doído do corpo, contudo, é do tempo que passou. A dor não…

O Salão Vermelho

Esqueci o assunto da crônica de hoje.Acho que o tema tratava, justamente, do esquecimento que me levou a divagar sobre o meu estar na terceira idade. Li que ao ir envelhecendo a gente vai se tornando transparente para quem nos olha. Não somos mais vistos. Não é verdade! Sou informada, insistentemente, que empreendendo uma série…