Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.

Votos de felicidade

  Só hoje entendi porque os votos de felicidade sempre chegam acompanhados de “muita saúde”!Um dia após completar 69 anos, acordei doída. Refletia, mais uma vez, sobre o tempo que passa. Sente-se, literalmente, no corpo, seus feitos e arrependimentos, dores e juventude. O doído do corpo, contudo, é do tempo que passou. A dor não…

O Salão Vermelho

Esqueci o assunto da crônica de hoje.Acho que o tema tratava, justamente, do esquecimento que me levou a divagar sobre o meu estar na terceira idade. Li que ao ir envelhecendo a gente vai se tornando transparente para quem nos olha. Não somos mais vistos. Não é verdade! Sou informada, insistentemente, que empreendendo uma série…

Covardia?

Olhando pela janela do táxi, – ótimo lugar de se estar com o celular desligado – pensava sobre a tristeza.Um sentimento que não deixa a cidade cinza, nem a natureza menos sublime, ao contrário, as cores tornam-se mais vivas porque reais assim como a tristeza. A tristeza chega desossada de expectativas. É mais potente do que as boas e más, lembranças nostálgicas ou nenhuma.

Passaporte Português

– “Por favor me leve ao Mube!- “Entro à direita ou à esquerda”? (Estávamos quase ao lado do Museu, mas chovia tanto que tive a sorte de ao menos encontrar um táxi. (Normalmente andaria até lá pelas alamedas arborizadas dos Jardins). Experiente tomadora de táxis, sempre me impressiona o fato de um taxista não conhecer…

No Trote

Existem dois espaços neste mundo nos quais gosto de ficar sentada, por horas, sem fazer nada. Um deles é o saguão de aeroporto. O outro, o saguão de hospital. Quando atrasa o avião, fico tranquila e esquecida da hora. Quando no hospital, fico sentada, sem outra saída. Por razões diferentes, ambos saguões estão sempre lotados…