Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.

No sofá do analista

Ouço um clamor, um brado surdo abafado: América Latina. É a batida de um jovem coração, largado no sofá ao meio dia. Ouço a respiração intoxicada, rinoceronte buscando ar. A sensação é de semiconsiência, semimorte. A agonia pode levar tempo, mas o bicho é forte, encontrará fôlego, sobreviverá. Brasil, neste continente, nos acordes do seu…

Conversa fiada

uma porta outra porta ambas iguais brancos diferentes nem o pintor nem o fabricante da tinta são culpados um cano outro cano ambos iguais inundam o serviço feito nem o engenheiro nem o encanador são culpados uma dobradiça outra dobradiça ambas iguais uma enferruja outra não nem o marceneiro nem o pintor são culpados uma…