Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.
Leio livros. Muitas pessoas leem. Há os que leem muito, os que leem pouco ou, simplesmente, não leem. Mas há os que gostam de sugerir um livro a alguém que gosta de ler. Assim sendo: Acabo de terminar “Todos os Nomes”, romance escrito por José Saramago. Trata do Sr. José, obscuro funcionário de um cartório,…
O Brasil foi colônia de Portugal por 400 anos, penso, ao deitar meu olhar no horizonte. Acomodada sobre uma pedra cavada pelo vento, encimada sobre uma rocha, contemplo ondas espumosas a bater na muralha de pedra cuja altura pode induzir a um suicídio por tão sublime visão. Hoje, teoricamente, Portugal tornou-se colônia do Brasil apesar…
Vim de um mundo onde as imagens de quadros, filmes, fotos, – o que se via à época – eram fortes, intensas, perfeitas e ou imperfeitas, mas se comunicavam comigo por possuírem, entre seus atributos, a estética e o bom gosto. Bom gosto, naquele tempo, trazia para a obra uma visão do homem e seu…
São Paulo é deveras uma cidade cosmopolita em sua confusão grandiosa e irregularidades visíveis e invisíveis – que aqui não cabem serem mencionadas. A meu ver é uma cidade feia com seus prédios de alturas desiguais e arquitetura que imita a arquitetura grega, parisiense, turca ou indefinida na maioria das vezes. Vai daí aos ultra…
Os caminhos se abrem ao idoso pedir passagem! Fui atravessar a rua. Carros na descida, mão única. Eis que um dos carros para e me convida, com a mão a atravessar. Atrás, mais carros param. Depois de aceitar o convite, do outro lado da calçada, percebi que estava segurando o braço de uma filha fora…
Sou atendida por M., um motorista de táxi com o qual me locomovo por São Paulo e peço: “por favor, vá buscar tal coisa na casa de fulana”, ou “por favor, leve-me para tal endereço”. É tradição mundial, entre motorista de taxi e passageiro, trocar opiniões sobre as manchetes do dia. E por assim ser,…
Mortes de pessoas públicas têm se sucedido e sobre este fato não sei definir, cristalinamente, o que sinto. Não chega a ser grave porque pode ser compreendido pela realidade de como a vida é. Uma sensação que flutua entre poderosa e menos poderosa. Não é agradável, incomoda. O mais próximo que chego é a uma…
Hoje é domingo, dia de reflexão. “O tempo que passa” é meu tema sobre os assuntos propostos pela vida e pela humanidade. Ele passa assim como o meu tempo e o do Brasil. Neste domingo, estou às vésperas de uma decisão que levou meses para se definir. Enrascada, mas não envolvida de corpo e alma…
A QUEDA, título desta crônica, não falará sobre a queda do dólar, a queda dos ambiciosos, dos projetos climáticos, a desejada queda do Putim e tampouco sobre a queda de qualquer um dos dois presidenciáveis. Não falará da queda do terceiro Reich, da queda da intolerância, da colonização continuada, da queda do preconceito, da queda…
Fui com meus netos – no estado de passagem da adolescência para a idade adulta – assistir ao filme Jurassic Park. Lembro de ter levado meus filhos – no estado de passagem da criança para adolescência – para verem o último dos três filmes sobre o mesmo tema. Ao final, enquanto descia, tropegamente, as escadas…