Na juventude, tive início profissional em história da arte, fotografia e reporter. Deixei de lado essas possíveis profissões para, durante o tempo que o destino me fez ser empresária porem, sem jamais deixar de me dedicar à escrita anônima. Gosto especialmente de crônicas e de criar histórias através de contos e novelas. Ao longo do tempo, construi uma visão de mundo mais sombria em busca de personagens alinhados às virtudes, às relações afetivas, erros e acertos nas suas vidas, acompanhando seus processos de transformação. Através destes recursos e de um olhar receptivo sobre o pensamento da alma, tento transpor para o papel o Real Cotidiano de todos nós.

Para Lola

À noite, sombras claras projetam a imagem de gente solitária caminhando pelas alamedas da cidade grande. Minha sombra caminhava comigo, mas, cada vez que eu pisava na soleira de um prédio, ela se clareava, ao acender e apagar de luzes. São luzes que acendem automaticamente, não importa quem por ali passa – sombras intrusas que…

1984

Numa madrugada de vigília, um dia de março de l984, reconheci na natureza a existência do tempo: “Este momento é tão totalmente solitário que não quero ser perturbada por qualquer desvio. Deixo-me ficar. Ao silêncio se entrelaçar com o tempo, ele nos envolve na primeira pele e nos acarinha. O tempo e o silêncio preenchem…

Chaplin

Embaixo do chuveiro me ocorrem pensamentos bizarros. Hoje, lembrei-me de Charles Chaplin, o criador de filmes que ilustraram, com precisão visionária, os principais eventos históricos do mundo moderno. Chaplin revelou a pobreza na figura do inesquecível vagabundo nos anos de depressão nos Estados Unidos. Seu inimigo foi representado por um homenzarrão cujas más intenções ficavam…